Brigitte Bardot, uma das mais fervorosas defensoras dos animais, gerou indignação e repulsa em seu último livro, Um Grito no Silêncio.
Nele, ela declara seu ódio à raça humana; especialmente aos mendigos, homossexuais, mulçumanos, professores, artistas e estrangeiros. E diz que o francês Jean-Marie Le Pen, presidente da Frente Nacional, ultradireitista e neofascista, é uma boa pessoa.
Dotado de livre-arbítrio e "inteligência", o homem provou que pode criar, destruir e transformar a própria vida ou a vida do planeta.
É por isso que personalidades ilustres como Sócrates, Cristo, Buda e Gandhi - para citar alguns - pregavam o conhecimento de si mesmo, a necessidade de domar os próprios instintos, de se humanizar para, então, inspirar seus semelhantes. Gandhi, por exemplo, jejuava quando queria amolecer corações para uma causa que achava justa. Entre seus feitos está a conquista da independência da Índia.
Diz o filósofo francês André Conte-Sponville, em seu livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, que o bom veneno é o que mata, a boa faca é a que corta (não importa o quê), o bom homem é aquele que se humaniza. Por isso, se realmente queremos a tão sonhada liberdade para os animais, é preciso, antes, humanizarmo-nos e, então, criarmos situações que façam outros homens pensarem sobre o sofrimento em geral, de homens e de animais. Caso contrário, aos olhares alheios, não passaremos de pessoas mal-resolvidas em auto-identificação com o animal.
Este é o paradigma que Brigitte Bardot está criando para si. A atriz de E Deus Criou a Mulher, filme de Roger Vadim (1956), foi eleita uma das mulheres mais lindas do século pela revista Playboy norte-americana. Até 1975, ela atuou em 52 filmes. Depois disso, aos 38 anos, Brigitte resolveu abandonar as telas de cinema e assumir uma outra personagem: a de defensora dos animais. O que mais os bichanos vítimas de crueldade poderiam querer? Brigitte Bardot tinha todos os olhares do mundo para ela e, com sua beleza e sensualidade estonteantes, poderia seduzi-lo a seu favor. O problema, entretanto, é que beleza, sensualidade e amor pelos animais ficaram ofuscados pela "estupidez" - como querem muitos intelectuais - da moça.
Un Cri dans le Silence (Um Grito no Silêncio), último livro de Brigitte Bardot, é o mais vendido na categoria não-ficção na França. Nele, a autora diz ter "ódio da espécie humana", dos "invasores muçulmanos", dos "desempregados profissionais", dos "jovens que não mexem uma palha", da "esquerda, responsável pelas atuais desgraças", de "gente que profana nossas igrejas para transformá-las em chiqueiros humanos" (se referindo aos mendigos), dos "professores que vão dar aula sem fazer a barba, com os cabelos engordurados, jeans desalinhados e tênis imundos", da arte que "se tornou uma merda, tanto no sentido direto quanto no figurado", da literatura que é "um puxa-saquismo nacional", dos homossexuais: "o que nos resta do sexo masculino escolheu a profissão de top model e passa a vida em sonhos estéticos" etc.
Sabe-se, por exemplo, que a ex-bela atriz foi capaz de salvar a vida de um camarão num restaurante, mas abandonou o próprio filho. Ora, será possível que um ser humano como ela consiga atrair a simpatia dos "matadores" de animais? Atitudes como as de Brigitte Bardot soam como um aval à crueldade, porque "matadores" de animais, diante de declarações e de atitudes como as dela, não só não se questionam sobre seus atos como também se consideram mais humanos que ela.É uma pena.
As campanhas maravilhosas promovidas pela instituição mantida por Brigitte têm bem menos destaque que suas declarações e comportamento bizarros. Viva vegetarianos como Einstein, Paul McCartney, Gandhi, Leonardo da Vinci e tantos outros (humanos).
Brigitte em dois momentos: contradição ética.
"Eu fico chocada com todas as crueldades que vejo. Muitas vezes, choro pela minha impotência diante de tanta dor inútil, tanta maldade gratuita. Há sofrimento infligido a todos os animais todo dia, toda hora, todo minuto. Os laboratórios, os abatedouros, os transportes abomináveis de animais, a criação intensiva para o abate, a caça, os animais de pele presos em armadilhas ou criados em condições atrozes e eletrocutados, o massacre de baleias, dos golfinhos presos em redes, os ursos dançantes da Bulgária, os ursos da China condenados a fornecer bílis como afrodisíaco com um cateter no abdome, presos em jaulas minúsculas. Os cães e gatos comidos na Ásia, decepados ainda vivos, cozidos ainda conscientes. O cavalos mutilados e espancados, que caem sob os golpes ou são transportados de forma desumana, durante dias sem comer ou beber, para terminar no abatedouro. O foie gras obtido com o martírio de gansos e patos obrigados a engolir, com ajuda de instrumentos, quilos de comida que os estufam, matando-os pouco a pouco e provocando-lhes cirrose ou hepatite. As montanhas de rãs cortadas em dois ainda vivas, cujas coxas são guardadas e cujas metades, ainda vivas, são jogadas umas sobre outras, formando pirâmides trêmulas e sangrentas, sem falar dos cães abandonados e dos gatos martirizadas. A lista é longa e sem fim".(em entrevista para Revista da Folha).
Os imigrantes são culpados de tomar de assalto nossas igrejas, transformadas em porqueiros, fazendo suas necessidades atrás do altar, urinando entre as colunas. (...) Os homossexuais são hordas que se reagruparam, castas invadindo bares, restaurantes, boates e mesmo alguns bairros (...) Os franceses anônimos são caricaturas humanas, espantalhos, gente horrorosa de todos os tamanhos, de todas as raças, de todas as classes (...).(Um grito no Silêncio)
avezdavaca@veganpride.com
Nele, ela declara seu ódio à raça humana; especialmente aos mendigos, homossexuais, mulçumanos, professores, artistas e estrangeiros. E diz que o francês Jean-Marie Le Pen, presidente da Frente Nacional, ultradireitista e neofascista, é uma boa pessoa.
Dotado de livre-arbítrio e "inteligência", o homem provou que pode criar, destruir e transformar a própria vida ou a vida do planeta.
É por isso que personalidades ilustres como Sócrates, Cristo, Buda e Gandhi - para citar alguns - pregavam o conhecimento de si mesmo, a necessidade de domar os próprios instintos, de se humanizar para, então, inspirar seus semelhantes. Gandhi, por exemplo, jejuava quando queria amolecer corações para uma causa que achava justa. Entre seus feitos está a conquista da independência da Índia.
Diz o filósofo francês André Conte-Sponville, em seu livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, que o bom veneno é o que mata, a boa faca é a que corta (não importa o quê), o bom homem é aquele que se humaniza. Por isso, se realmente queremos a tão sonhada liberdade para os animais, é preciso, antes, humanizarmo-nos e, então, criarmos situações que façam outros homens pensarem sobre o sofrimento em geral, de homens e de animais. Caso contrário, aos olhares alheios, não passaremos de pessoas mal-resolvidas em auto-identificação com o animal.
Este é o paradigma que Brigitte Bardot está criando para si. A atriz de E Deus Criou a Mulher, filme de Roger Vadim (1956), foi eleita uma das mulheres mais lindas do século pela revista Playboy norte-americana. Até 1975, ela atuou em 52 filmes. Depois disso, aos 38 anos, Brigitte resolveu abandonar as telas de cinema e assumir uma outra personagem: a de defensora dos animais. O que mais os bichanos vítimas de crueldade poderiam querer? Brigitte Bardot tinha todos os olhares do mundo para ela e, com sua beleza e sensualidade estonteantes, poderia seduzi-lo a seu favor. O problema, entretanto, é que beleza, sensualidade e amor pelos animais ficaram ofuscados pela "estupidez" - como querem muitos intelectuais - da moça.
Un Cri dans le Silence (Um Grito no Silêncio), último livro de Brigitte Bardot, é o mais vendido na categoria não-ficção na França. Nele, a autora diz ter "ódio da espécie humana", dos "invasores muçulmanos", dos "desempregados profissionais", dos "jovens que não mexem uma palha", da "esquerda, responsável pelas atuais desgraças", de "gente que profana nossas igrejas para transformá-las em chiqueiros humanos" (se referindo aos mendigos), dos "professores que vão dar aula sem fazer a barba, com os cabelos engordurados, jeans desalinhados e tênis imundos", da arte que "se tornou uma merda, tanto no sentido direto quanto no figurado", da literatura que é "um puxa-saquismo nacional", dos homossexuais: "o que nos resta do sexo masculino escolheu a profissão de top model e passa a vida em sonhos estéticos" etc.
Sabe-se, por exemplo, que a ex-bela atriz foi capaz de salvar a vida de um camarão num restaurante, mas abandonou o próprio filho. Ora, será possível que um ser humano como ela consiga atrair a simpatia dos "matadores" de animais? Atitudes como as de Brigitte Bardot soam como um aval à crueldade, porque "matadores" de animais, diante de declarações e de atitudes como as dela, não só não se questionam sobre seus atos como também se consideram mais humanos que ela.É uma pena.
As campanhas maravilhosas promovidas pela instituição mantida por Brigitte têm bem menos destaque que suas declarações e comportamento bizarros. Viva vegetarianos como Einstein, Paul McCartney, Gandhi, Leonardo da Vinci e tantos outros (humanos).
Brigitte em dois momentos: contradição ética.
"Eu fico chocada com todas as crueldades que vejo. Muitas vezes, choro pela minha impotência diante de tanta dor inútil, tanta maldade gratuita. Há sofrimento infligido a todos os animais todo dia, toda hora, todo minuto. Os laboratórios, os abatedouros, os transportes abomináveis de animais, a criação intensiva para o abate, a caça, os animais de pele presos em armadilhas ou criados em condições atrozes e eletrocutados, o massacre de baleias, dos golfinhos presos em redes, os ursos dançantes da Bulgária, os ursos da China condenados a fornecer bílis como afrodisíaco com um cateter no abdome, presos em jaulas minúsculas. Os cães e gatos comidos na Ásia, decepados ainda vivos, cozidos ainda conscientes. O cavalos mutilados e espancados, que caem sob os golpes ou são transportados de forma desumana, durante dias sem comer ou beber, para terminar no abatedouro. O foie gras obtido com o martírio de gansos e patos obrigados a engolir, com ajuda de instrumentos, quilos de comida que os estufam, matando-os pouco a pouco e provocando-lhes cirrose ou hepatite. As montanhas de rãs cortadas em dois ainda vivas, cujas coxas são guardadas e cujas metades, ainda vivas, são jogadas umas sobre outras, formando pirâmides trêmulas e sangrentas, sem falar dos cães abandonados e dos gatos martirizadas. A lista é longa e sem fim".(em entrevista para Revista da Folha).
Os imigrantes são culpados de tomar de assalto nossas igrejas, transformadas em porqueiros, fazendo suas necessidades atrás do altar, urinando entre as colunas. (...) Os homossexuais são hordas que se reagruparam, castas invadindo bares, restaurantes, boates e mesmo alguns bairros (...) Os franceses anônimos são caricaturas humanas, espantalhos, gente horrorosa de todos os tamanhos, de todas as raças, de todas as classes (...).(Um grito no Silêncio)
avezdavaca@veganpride.com
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