Sete pedidos de cassação ameaçam governador, vice e dez deputados
A Ordem dos Advogados do Brasil vai formalizar hoje, em reunião de conselho, a decisão de pedir à Câmara Legislativa do Distrito Federal a abertura de processo de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM), apontado em inquérito da Polícia Federal e do Ministério Público como chefe da quadrilha que desviou dos cofres públicos, nos últimos anos, fortuna estimada em, pelo menos, R$ 60 milhões.
A OAB também reclamará a cassação dos parlamentares de vários partidos contemplados pelo mensalão do DEM.
Até ontem a Câmara Legislativa recebeu, leu e pôs em tramitação seis pedidos de impeachment – da CUT, do PT e de movimentos sociais; do PSOL, da Ordem dos Ministros Evangélicos e dos advogados Evilásio Viana e Anderson Siqueira – contra Arruda e também contra o vice-governador, Paulo Octávio, que o inquérito da PF inclui entre os beneficiários das propinas arrecadadas de empresas e rateadas pela “organização criminosa”.
Na mesma sessão em que foram lidos ontem os primeiros seis pedidos de impeachment, o presidente interino da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), anunciou
a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra dez deputados suspeitos de participação no esquema.
Antes da sessão, 150 militantes do PSOL, do PSTU, da União da Juventude Socialista, da CUT, da Conlutas e do movimento estudantil invadiram a Câmara Legislativa e ocuparam o plenário – vazio de deputados – depois de quebrar uma porta de vidro e o detector de metais. Carregando faixas, panetones e um caixão com um sósia de Arruda, pediam a prisão do governador e do vice. Picharam vidros com expressões como “Fora ladrões!”, riscaram mesas e deixaram ferido um dos seguranças da Câmara que tentaram barrar o grupo. Pisoteado, o funcionário teve que ser levado a um pronto socorro.
Outra invasão ocorreu no início da noite. Quebrando uma porta de madeira, dezenas de estudantes e militantes de entidades sindicais e partidos políticos novamente ocuparam o plenário, dispostos a acampar lá e permanecer “por tempo indeterminado”. Outro grupo instalou-se nos corredores e na entrada do prédio. Todos pretendem realizar uma assembleia na manhã de hoje para decidir o que mais farão.
MÁFIA DOS FISCAIS
Para o ministro da Justiça, Tarso Genro, o mensalão do DEM do Distrito Federal é comparável ao escândalo da Máfia dos Fiscais, em São Paulo , que começou no Governo Celso Pitta e continuou até a prisão de pessoas ligadas ao atual prefeito, Gilberto Kassab, também do DEM. A quadrilha paulistana, desmontada no ano passado, extorquia dinheiro de ambulantes e outros comerciantes na zona leste de São Paulo sob a ameaça de reprimir suas atividades. “É tão grave do ponto de vista político-institucional como o caso da Máfia dos Fiscais”, avaliou Tarso Genro.
http://www.brasiliaconfidencial.com.br/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário