sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

OS "10 MAIS" DA OPOSIÇÃO José Dirceu

Artur Virgílio, Tasso Jereissatti e Sérgio Guerra

Dizem que o brasileiro tem memória curta. Discordo integralmente da tese, até porque considero que o presidente Lula, por exemplo, ao encerrar esse ano com apoio médio de mais de 80% da população e indíces iguais de aprovação a seu governo, é um exemplo vivo de que nós brasileiros nos lembramos sempre e somos reconhecidos quando nos fazem o bem.

Há verdadeira lenda em torno da frase de um dos nossos intelectuais, de que o brasileiro "a cada 15 anos esquece os últimos 15".

Não concordo com essa máxima, mas numa contribuição à memória nacional para que nenhum de nós esqueça o que nos aprontaram, e como é comum ao final de cada ano, relaciono aqui uma espécie de lista dos "10 mais" - uma relação de integrantes da oposição e dos escândalos por eles protagonizados ao longo de 2009.

Na realidade, a oposição me obrigou a ultrapassar a dezena prevista na lista. Quero também registrar que limito-me a listar acusações, denúncias e comportamentos adotados por esses oposicionistas, pelos quais eles são investigados ou processados ainda sem terem sido julgados e, nessa condição, respeito seu direito à presunção da inocência.

Aproveito e incluo também uma outra nota, à parte, das ações - ou melhor, omissões - da dupla governador José Serra (PSDB)/prefeito Gilberto Kassab (DEM-PSDB) deste ano.

Quero registrar que limito-me a listar acusações, denúncias e comportamentos adotados por esses oposicionistas, pelos quais eles são investigados ou processados ainda sem terem sido julgados e, nessa condição, respeito seu direito à presunção da inocência.

Vamos lá:

1 -Governadora Yeda Crusius (PSDB-RS)

- hors concours nesse tipo de lista é a campeã dentre os 27 governadores do país no número de acusações de prática de irregularidades. Ré em processo na Justiça Federal, há denúncias envolvendo-a em fraude que provocou rombo de R$ 44 milhões nos cofres do DETRAN-RS; manipulação de licitações e concorrências públicas; formação de Caixa 2 na campanha em que se elegeu; compra, com sobras de campanha, da mansão em que mora por preço subfaturado, mas ainda assim superior às suas posses; compra de apoios na Assembléia Legislativa; e patrocínio a barganha de cargos em estatais. Um assessor de campanha e de governo antecipou que iria confirmar o que sabia à justiça, e apareceu morto no Lago Paranoá, em Brasília - segundo s investigações iniciais foi suicidio.

2 -Senador Pedro Simon (PMDB-RS)

- Catão em Brasília em relação ao governo federal, o senador foi acusado de desviar passagens da cota do Senado para parentes. Ele atravessa anos e jamais retirou o apoio irrestrito do seu PMDB gaúcho à governadora Yeda Crusius, não importa a lama em que chafurde o governo dela.

3 - Vice-governador Leonel Pavan (PSDB-SC)


- assume o governo de Santa Catarina por um ano a partir do próxima dia 05 indiciado pela Polícia Federal envolvido em graves denúncias de participação em sonegação fiscal, fraude na venda de combustíveis ao Estado e favorecimento a uma empresa desse setor. Por elas responderá por suspeitas de corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de sigilo funcional. As investigações da PF apontam que houve o pagamento de uma propina de R$ 100 mil nessa história.

4 - Beto Richa (PSDB-PR)


- prefeito de Curitiba teve assessores envolvidos em denúncias de uso de Caixa 2. Com dinheiro daí teriam teriam comprado candidatos a vereador em 2006 para que trocassem de legenda e passassem a apoiar sua candidatura pelo PSDB. Foi divulgado ainda, vídeo de conversas entre esses auxiliares e o gerente de uma construtora que foi a terceira maior doadora da campanha de Richa.

5 -Caso Alstom / São Paulo

- conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), Robson Marinho, chefe da Casa Civil do governador Mário Covas teve conta secreta que lhe é atribuída bloqueada na Suíça por suspeitas de que recebeu depósitos da Alstom. Essa multinacional é acusada de ter pago milhões de dólares em propina a autoridades do governo de São Paulo e a políticos do PSDB-SP, em troca de milionários e irregulares contratos com estatais paulistas. A empresa é investigada pela Justiça da Suíça e da França, mas em São Paulo, os tucanos, o governador José Serra à frente - e seu antecessor, Geraldo Alckmin - impedem qualquer apuração. Derrubaram, inclusive, pedidos de CPI a respeito como, aliás, fizeram os tucanos com 60 outras solicitações de CPIs em 16 anos de governos do PSDB no Estado.

6 -Operação Castelo de Areia

- a Polícia Federal encontrou indícios de pagamento de propina pela construtora Camargo Corrêa a políticos tucanos e de outros partidos integrantes da base de apoio do governador José Serra e do prefeito da Capital, Gilberto Kassab (DEM). PF apura, também indícios de fraude e superfaturamento em obras da Linha 4 do Metrô da Capital e nas do Rodoanel. A lista apreendida pela PF gerou pedido de investigação em mais oito Estados e no DF.

7 -Sabesp-SP

- através da estatal de saneamento paulista, o governador José Serra (PSDB) tornou-se empregador de tucano desempregado: contratou o ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), residente em Cuiabá, como integrante do conselho de administração da empresa, com salários de R$ 4 mil mensais. E a prefeitura paulistana, comandada pela parceria governador Serra, prefeito Gilberto Kassab (DEM-PSDB) contratou como integrante de conselhos de administração de duas de suas empresas, a SPTrans e a SPTuris, o presidente nacional do PPS, ex-deputado Roberto Freire (PE), residente em Brasília. Salário: R$ 12 mil mensais.

8 - Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

- o ex-governador tucano da Paraíba teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por compra de voto - favorecimento pré-eleitoral, a distribuição de milhares de cheques de um programa social no período de campanha em 2006. Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) - denúncias apontaram o uso ilegal e indevido por ele de verbas do Senado para aluguel de jatinhos executivos, apesar de o senador ser bilionário e ter seu próprio avião. Ele é dono da holding La Fonte, proprietária dos shoppings Iguatemi e de boa parte do PIB do Ceará.

9 -Artur Virgílio (PSDB-AM)

- líder do PSDB no Senado é réu confesso por quatro ilícitos: nomeação de seu professor de jiu-jitsu e de toda uma família em seu gabinete; pagamento a um dos integrantes dessa família quando este era funcionário fantasma e estudava na Europa durante dois anos; pagamento do tratamento de saúde de integrante de sua família pelo Senado, uma despesa de R$ 700 mil; e empréstimo ilegal de USS 10 mil que tomou junto a Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado, para pagar despesas de seu cartão de crédito internacional em Paris.

10 -Senador Álvaro Dias (PSDB-PR)

- acusado de não ter não declarado ao fisco R$ 6 milhões investidos em aplicações financeiras.

11- Senador Sérgio Guerra (PSDB-PE)

- presidente nacional do PSDB, confessou que bancou com dinheiro do Senado a viagem de uma filha a Nova York.

12 -Senador Efraim Morais (DEM-PB)

-desse a lista de acusações é imensa: licitações suspeitas na 1ª Secretaria do Senado; aumento de seu patrimônio; contratos fraudulentos cancelados pela presidência do Senado; rombo de R$ 30 milhões provocado aos cofres da Casa só com uma concorrência pública; contratação de 13 parentes, inclusive filha e genro seus e parentes da suplente em seu gabinete; nomeação de 52 cabos eleitorais pagos pelo Senado para fazerem política para ele na Paraíba e em Brasília.


13 -Senador José Agripino Maia (DEM-RN)

-líder da bancada do DEM no Senado, pagou o condomínio de maio, no valor de R$ 810,00 do luxuoso apartamento em que mora numa cobertura, no 16º andar do Residencial Aurino Vila, em Natal, com a verba indenizatória paga pelo Senado. Justificou que pagou porque no apartamento funciona também seu escritório político na capital potiguar.

14 - Senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN)

- pagou com dinheiro de sua cota de bilhetes aéreos do Senado, viagens e estadia em hotéis - até em Paris - do marido, filhos, demais parentes e do advogado dela e da mulher deste.

15 - Jose Roberto Arruda (DEM-DF)

- o governador de Brasília, seu vice, Paulo Otávio (DEM), o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Leonardo Prudente (DEM) e vários outros políticos de Brasília, protagonistas do maior escândalo estourado quase no final desse ano, são acusados do recebimento de propinas e montagem de esquemas de fraudes na administração do DF, tais como pagamentos mensais e sistemáticos a deputados distritais e a aliados. Há gravações e vídeos de implicados recebendo dinheiro e guardando maços de notas em bolsos, bolsas e dentro das meias.

16 -Maias do Rio (DEM)

- o ex-prefeito César Maia e o filho, deputado Rodrigo (DEM-RJ) eram aliados políticos e parceiros do governador José Roberto Arruda (DEM). Indicaram dezenas de pessoas para serem nomeadas para cargos de confiança na administração do Distrito Federal. Com a explosão do escândalo, silenciaram, passaram a guardar distância de Arruda e o ex-prefeito carioca escreve a respeito como se estivesse falando de um estranho, um político do qual nunca foi aliado.

17 -Deputado Augusto Carvalho (PPS-DF)

- organizador da ONG Contas Abertas é um dos ícones das campanhas moralistas tucanas escondidas, ou melhor, travestidas de campanhas da sociedade. Era secretário de Estado na equipe de José Roberto Arruda. Com o estouro do escândalo do DEM apareceram gravações em que uma empresária de Brasília denuncia estar sendo chantageada por ele para dar-lhe dinheiro.

18 -Márcio Machado

- presidente (agora licenciado) do PSDB-DF era o secretário de Obras do governador José Roberto Arruda. Principal secretário de Arruda, é apontado como organizador da arrecadação de dinheiro para o esquema junto às empresas.

19 -Deputado Fernando Gabeira (PV-RJ)

- flagrado cometendo as mesmas ilegalidades das quais acusava vários de seus pares, entre elas o uso de passagens aéreas da Câmara por familiares e a contratação dos serviços em campanha eleitoral de empresa de pessoa estreitamente vinculada a ele.

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