
Maluf, prefeito entre 1969 a 1971, é acusado de ter construído uma "quadra
específica" para o sepultamento dos militantes assassinados durante a ditadura.
Em 1990, no cemitério de Perus, foram encontradas 1.500 ossadas em uma vala
comum, dentre as quais foram identificadas várias de desaparecidos políticos.
O outro ex-prefeito paulistano, Miguel Colasuonno é citado na ação por ter
reformado o cemitério de Vila Formosa durante sua gestão (1973-1975) e
destruído a quadra em que estavam sepultados os corpos dos desaparecidos
políticos.
É um avanço sem precedentes que essas denúncias apareçam e que a Justiça
Federal leve a cabo as investigações. A pena proposta - 10% dos bens patrimoniais
individuais, além da cassação das aposentadorias e funções públicas dos réus -
não equivalerá jamais a perda de uma vida, que dirá de milhares, e o ocultamento
dos corpos e da verdade ao país.
Torço para que se faça justiça e a verdade apareça.
Ela virá, cedo ou tarde, porque o Brasil é um país que, a exemplo de seus vizinhos
latino-americanos, não pode ter medo de olhar para o seu passado.
JOSÉ DIRCEU
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