sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MÉDICOS SEM FRONTEIRAS JÁ ATENDEU MAIS DE MIL PESSOAS VÍTIMAS DO TERREMOTO NO HATÍ

Equipes estão recebendo pacientes em quatro tendas montadas próximas às unidades de saúde destruídas pelo tremor. Necessidade maior é por cirurgias

Dois dias após o Haiti ter sido atingido por um terremoto de magnitude 7.0 na escala Richter, as equipes de Médicos Sem Fronteiras em Porto Príncipe já atenderam mais de mil pessoas.

Em quatro tendas improvisadas, montadas perto das estruturas de saúde danificadas nas quais MSF trabalhava, os profissionais médicos têm recebido pacientes com fraturas, ferimentos na cabeça e outros grandes traumas.

A maior preocupação da equipe médica no momento é a enorme necessidade de realização de cirurgias e de tratar os feridos.

Uma das equipes está indo trabalhar no maior hospital público do distrito de Cite Soleil, onde MSF já atuou anteriormente.

Neste hospital, há um centro de cirurgia, o que vai ajudar a atender alguns desses casos.

Um hospital móvel, equipado com duas salas de cirurgia, deve chegar por avião nas próximas 24 horas, junto com cirurgiões e anestesistas extras.

As equipes em Porto Príncipe também estão tentando identificar mais estruturas médicas que estão intactas e que poderiam ser usadas para a realização de cirurgias.

Alimentos, água e materiais de abrigo estão acabando, apesar de os estoques ainda não estarem esgotados e mais materiais estarem a caminho.

“Provisões básicas são sempre problemáticas para as pessoas em Porto Príncipe, mas agora é ainda pior”, explica Vincent Hoedt,um dos coordenadores de emergência de MSF.

“Obviamente há uma preocupação com as pessoas que já estão enfraquecidas devido aos ferimentos. Também há falta de itens como gasolina, o que afeta o trabalho de todos os tipos de equipamentos vitais”.

A luta também é para enviar mais profissionais médicos e kits – há sete vôos fretados preparados para partir, mas apenas um deles de fato conseguiu chegar a Porto Príncipe.

Este veio através do centro de logística de MSF no Panamá, trazendo 25 toneladas de material de emergência, incluindo três kits médicos para desastres e cobertores, lâminas de plástico, kits de higiene e de cozinha, tendas e galões de água.

Cerca de 80 trabalhadores extras de MSF devem chegar para reforçar as equipes no terreno, assim que conseguirem chegar ao Haiti.

Ainda estamos preocupados com nossas equipes em Porto Príncipe. Não foi possível confirmar o paradeiro de todos os haitianos que fazem parte de MSF porque há muita dificuldade para usar os meios de comunicação e para localizar as pessoas. Essa preocupação se estende a alguns dos pacientes que estavam em estruturas de MSF quando o terremoto atingiu o país.

Trabalhadora de MSF resgatada de escombros no Haiti Danielle Trépanier ficou mais de 24 horas presa nos destroços de uma das casas da organização, destruída pelo terremoto

14/10/2010

A trabalhadora humanitária de Médicos Sem Fronteiras (MSF) Danielle Trépanier, de 35 anos, foi resgatada nesta quarta-feira, após passar mais de 24 horas presa nos escombros de uma casa da organização destruída pelo terremoto de magnitude 7.0 que atingiu o Haiti, na segunda-feira.

Quando o tremor aconteceu, Danielle, uma administradora e logística canadense, estava descansando em seu quarto no segundo andar da casa. Dois outros integrantes da equipe estavam no primeiro andar, mas conseguiram escapar tão logo os primeiros tremores foram sentidos.

Danielle caiu entre os dois andares e ficou presa em um pequeno espaço do porão, debaixo de uma camada de destroços.

Motoristas de MSF contratados localmente estavam entre os que arriscaram suas vidas para resgatar Danielle, sabendo através de seus gritos que ainda havia esperança. Quando finalmente conseguiram tirá-la, ela estava desnorteada, em choque. Ela já entrou em contato com a sua família e agora está se recuperando do trauma.Embora MSF esteja muito feliz com a notícia de seu resgate, continuamos preocupados com o paradeiro de alguns outros trabalhadores haitianos e pacientes.

Haiti: Equipes de MSF montam tendas para atender vítimas do terremoto

Profissionais passaram a noite visitando unidades de saúde e locais afetados pelo tremor, para apurar necessidades

13/01/2010

As equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) que já trabalhavam em projetos médicos no Haiti quando o terremoto de magnitude 7.0 na escala Richter atingiu o país, nesta segunda-feira, enviaram seus primeiros relatos. Imediatamente após o tremor, as equipes começaram a tratar centenas de pessoas feridas e a montar tendas para substituir as unidades médicas destruídas pelo abalo.

O centro de saúde de Martissant, localizado em uma área desfavorecida de Porto Príncipe, teve de ser evacuado logo após o terremoto devido aos danos e a instabilidade. Os pacientes estão agora nas tendas e a equipe médica tem atendido um grande fluxo de feridos da cidade. Entre 300 e 350 pessoas foram atendidas, a maioria com traumas e fraturas. Entre elas, 50 com queimaduras, algumas delas graves, frequentemente causadas pela explosão de bujões de gás caseiros, devido ao colapso dos prédios.

No Centro de Reabilitação Pachot, entre 300 a 400 pessoas foram atendidas. Em um dos escritórios administrativos de MSF em Petionville, outra parte de Porto Príncipe, cerca 200 pessoas foram atendidas em uma clínica improvisada em uma tenda. Muitas outras estão recebendo assistência na estrutura onde costumava funcionar o Hospital Maternité Solidarieté, que foi gravemente danificado.

Um experiente trabalhador de MSF, Stefano Zannini, esteve fora durante toda a noite para fazer um levantamento das necessidades na cidade e examinando as unidades médicas. “A situação é caótica. Visitei cinco centros de saúde, incluindo um grande hospital, e a maioria não estava funcionando. Muitos estão danificados e vi um grande número de mortos”, contou ele

“Algumas partes da cidade estão sem eletricidade e as pessoas se aglomeraram nas ruas, acendendo fogueiras e tentando ajudar e confortar uns aos outros. Quando eles viram que eu era de MSF, começaram a pedir ajuda, particularmente para tratar os feridos. Há uma grande solidariedade entre as pessoas na rua”.

Outro coordenador de MSF no Haiti, Hans van Dillen, confirmou que Porto Príncipe não tem como dar conta da escala dos desastres.

“Há centenas de milhares de pessoas dormindo nas ruas porque estão desabrigadas”, contou Dillen. “Nós vemos fraturas expostas, ferimentos na cabeça. O problema é que não podemos encaminhar as pessoas para a cirurgia adequada nesse estágio"

Muitas das unidades médicas da cidade também foram tão destruídas que o sistema de saúde foi interrompido justamente no momento em que ele é mais necessário.

Mas MSF também está trabalhando para trazer mais equipes para o país.

Cerca de 70 pessoas devem chegar no Haiti nos próximos dias. MSF está enviando um hospital com capacidade para cem leitos, com uma unidade cirúrgica inflável, com duas salas de operação e sete tendas hospitalares.

A equipe também contará com nefrologistas, para ajudar a lidar com os efeitos do esmagamento.

No entanto, os meios de transportes foram muito afetados e não está claro se os suprimentos e profissionais médicos vão ter de ser enviados através da República Dominicana.

MSF está preocupada com a segurança de alguns de seus funcionários.

Ao todo, 800 pessoas, entre profissionais estrangeiros e haitianos, trabalham com MSF e algumas ainda não foram localizadas devido a problemas de comunicação e de transporte.


Terremoto danifica unidades de saúde e deixa centenas de feridos no Haiti

Equipes de MSF estão tentando manter o atendimento e também aumentar a capacidade de receber novos pacientes

13/01/2010

No dia 12 de janeiro, um terremoto de magnitude 7.0 atingiu cerca de 15 quilômetros do sudoeste da capital do Haiti, Porto Príncipe. Equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) no terreno testemunharam uma destruição significante em suas unidades médicas, ferimentos em pacientes e equipe e um grande fluxo de feridos nesses hospitais da capital.

O Hospital de Trauma Trinité de MSF, que possui uma estrutura com 60 leitos e é a única unidade que oferece atendimento médico gratuito em Porto Príncipe, foi seriamente danificado pelo terremoto. Apesar da dificuldade para confirmar informações, centenas ficaram feridos na capital, que foi totalmente destruída pelo tremor.

No momento, as equipes de MSF estão tentando garantir a segurança e o atendimento contínuo dos pacientes que chegam ao Hospital Trinité e também estão tentando aumentar a capacidade de atendimento de novos pacientes. Em seu Hospital Maternité Solidarité, uma unidade de emergência obstétrica com 75 leitos também na capital, mulheres grávidas, mães recentes e recém-nascidos foram retirados da unidade por medida de precaução, devido aos danos estruturais observados.

MSF também administra Martissant 25, um centro de saúde na comunidade carente de mesmo nome.

Os sistemas de comunicação como redes de celulares não estão funcionando e o acesso pelas estradas está muito prejudicado.

MSF está extremamente preocupada com a segurança de seus pacientes e equipes. Trabalhadores adicionais vão ser enviados para reforçar a já existente equipe de MSF no terreno e para realizar um levantamento sobre as necessidades emergentes nos próximos dias.

MSF trabalha no Haiti desde 1991.

Nenhum comentário:

Postar um comentário