domingo, 7 de março de 2010

INVASÃO DA BAÍA DOS PORCOS

A Invasão da Baía dos Porcos (conhecida como La Batalla de Girón, em Cuba), foi uma tentativa frustrada de invadir o sul de Cuba por forças de exilados cubanos anticastristas formados pelos Estados Unidos. Com o apoio das forças armadas dos Estados Unidos, treinados e dirigidos pela CIA, tentaram invadir Cuba em Abril de 1961. para derrubar o governo socialista e assassinar o líder cubano Fidel Castro.


O plano foi lançado em Abril de 1961, menos de três meses depois de John F. Kennedy ter assumido a presidência dos Estados Unidos. A arriscada ação terminou em fracasso, as forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do Bloco do Leste, derrotaram os combatentes do exílio em três dias e a maior parte dos agressores foram capturados pelo Exército cubano. As más relações cubano-americana no ano seguinte foram exacerbadas pela Crise dos Mísseis.

Sob o codinome "operação Magusto," [1] a operação tinha como objetivo derrubar o recém-formado governo socialista e assassinar o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro. Depois de três dias de combates, os mercenários foram vencidos e Fidel declarou vitória sobre o imperialismo americano.

Fidel Castro já esperava um ataque direto à ilha [1], tendo sido alertado previamente por Che Guevara que presenciara um ataque semelhante à revolução ocorrida na Guatemala. Com a invasão iminente, Fidel anuncia em discurso no dia 16 de abril de 1961, pela primeira vez, o caráter socialista da revolução e no dia seguinte tem início o ataque à ilha, na praia de Giron, localizada na Baia dos Porcos.

Através da CIA, o governo norte-americanos treinou 1297 exilados cubanos, ligados à ditadura de Fulgêncio Batista e baseados em Miami, para destruir o governo de Fidel Castro. Como o planejado apoio pela força aérea americana tendo sido vetado por Kennedy, temendo envolver o governo dos EUA de forma institucional e aberta, a "operação Magusto" da CIA acabou sofrendo uma derrota arrasadora, e em 72 horas foi sufocada por forças governamentais cubanas.

No dia 18 de abril de 1961 o primeiro ministro da União Soviética, Nikita Kruschev, enviou enérgica carta ao presidente Kennedy na qual demonstrou claramente a indignação da União Soviética em relação à essa invasão e conclamou Kennedy a interrompê-la para evitar o perigo de uma conflagração generalizada:

"Moscou, 18 de abril de 1961, 14h00" (06h00 em Washington) [2]
"Senhor Presidente, estou enviando-lhe esta carta numa hora de alarme, assustado com o perigo da paz em todo o mundo. Uma agressão armada teve início contra Cuba. Não é segredo para ninguém que os bandos armados invadindo aquele país foram treinados, equipados e armados nos Estados Unidos da América. Os aviões que estão bombardeando as cidades cubanas pertencem aos Estados Unidos da América, as bombas que estão lançando foram fornecidas pelo Governo Americano." [2]
"Tudo isso desperta aqui na União Soviética um compreensível sentimento de indignação por parte do Governo Soviético e do povo soviético." [2]
"Suas declarações, feitas há poucos dias atrás, de que os EUA não participariam de atividades militares contra Cuba criaram a impressão que os principais líderes dos Estados Unidos estavam levando em consideração as consequências para a paz geral, e para os próprios EUA, que uma agressão contra Cuba poderia representar. Como pode o que está sendo feito pelos Estados Unidos ser compreendido, quando um ataque contra Cuba agora se tornou um fato ?" [2]
"Ainda não é tarde demais para evitar o irreparável. O Governo dos EUA ainda tem a possibilidade de não deixar a chama da guerra, iniciada pelas intervenções em Cuba, se tornar uma conflagração incomparável. Sr. Presidente, dirijo-me a V. Exciª um urgente apelo para que ponha um fim à agressão contra a República de Cuba. Os armamentos militares e a situação política mundial hoje em dia é tal que qualquer uma das assim chamadas "pequenas guerras" pode deflagrar uma reação em cadeia em todas as partes do mundo." [2]
"No que concerne à União Soviética não deve haver engano sobre nossa posição: Nós forneceremos ao povo cubano e a seu governo todo o apôio necessário para repelir o ataque armado a Cuba (...) [2]
"(...)Espero que o governo dos EUA vá considerar nossas posições, ditadas pela única preocupação de não permitir passos que possam conduzir o mundo a uma catástrofe militar." [2]
(Ass.) "Nikita Kruschev" [2]
Referências
1.↑ a b Da Redação, com El País e Agência France Press. Baía dos Porcos: Papéis secretos mudam perspectiva histórica. Brasília: Correio Braziliense, 25 de março de 2001
2.↑ a b c d e f g h Carta de Nikita Kruchov a John Kennedy Department of State, Central Files, 611.37/5-361

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