segunda-feira, 30 de novembro de 2009

CHICO BUARQUE É MAIS LEMBRADO QUE EUCLYDES DA CUNHA , DIZ PESQUISA



Milton Hatoum, Rubem Fonseca e Chico Buarque estão entre os autores mais lembrados hoje por
estudiosos de literatura brasileira no exterior, à frente de nomes como Euclydes da Cunha
(1866-1909) e Manuel Bandeira (1886-1968).
Esse é um dos resultados iniciais de um mapeamento sobre como a produção literária do Brasil é
recebida em outros países.
Os primeiros números, aos quais a Folha teve acesso, serão divulgados hoje, na abertura do "2º
Conexões Itaú Cultural: Encontro Internacional de Literatura Brasileira", no Rio.
Danilo Verpa/Folha Imagem
Chico Buarque lê trecho do seu livro "Leite Derramado" durante mesa na 7ª edição da Flip, em
julho passado
Os coordenadores da pesquisa, Felipe José Lindoso e Claudiney Ferreira, enviaram, desde 2007,
questionários para mais de mil tradutores, pesquisadores e professores que se dedicam à
literatura brasileira no exterior.
Até o momento, 108 especialistas, com atuações em países como EUA (46%), Inglaterra (10,8%),
França (9,7%) e outros, responderam.
"Localizar os especialistas e receber as respostas é um trabalho que vai demorar anos, mas os
primeiros resultados já permitem ver diferenças na comparação com o último estudo do tipo", diz
Lindoso. Ele se refere a uma pesquisa realizada, nos anos 70, pelo crítico literário Roberto Reis.
Em texto de 1977, Reis anotava que "os poucos cursos de literatura brasileira no exterior são, via
de regra, panorâmicos, girando em torno de grandes figuras, como Machado". "Vale dizer que a
literatura contemporânea, predominantemente urbana, é totalmente ignorada", continuava o
crítico, notando que só o "exótico" e o "regionalista" eram estudados.
Machado de Assis ainda é o autor mais citado pelos estrangeiros (leia abaixo), mas a pesquisa
mostra um aumento no interesse pela literatura produzida a partir dos anos 80. Quase 70% dos
entrevistados têm interesse na produção contemporânea; só 5% disseram não ter (o restante não informou).
A falta de empenho do governo na criação de uma entidade para divulgar a literatura brasileira -
algo como o Instituto Goethe, da Alemanha, e o Cervantes, da Espanha- está entre os principais
problemas identificados.
A maioria dos tradutores, por exemplo, nem sabia que poderia pedir apoio à Fundação Biblioteca
Nacional.
O "Conexões" segue até quarta, com participação de pesquisadores e escritores como Hatoum,
Moacyr Scliar e Luiz Ruffato
30/11/2009 - 07h45RAQUEL COZERda Folha de S.Paulo

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