sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FHC E SERRA FUGIRAM DA IMPRENSA NA COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DE FINANCIAMENTO DA CIA



A noite do debate que não houve


Nascido na ditadura, forjado em lutas pela liberdade, o Cebrap festejou seus 40 anos, anteontem,


com um não-debate sobre o País.


Muita gente foi ao Sesc Vila Mariana - onde foi lançado o livro-e-DVD Retrato de Grupo -


imaginando que veria um bom fogo amigo entre os dois velhos companheiros do centro, FHC e


Chico de Oliveira.

Sem chance. Os mais de 500 presentes tiveram de contentar-se com depoimentos isolados, que


ignoraram o presente e do futuro do Brasil. Os tucanos brindaram o auditório com o estilo zas-


trás.


FHC chegou pelos lados, em cima da hora, deu seu depoimento e sumiu. E Serra já


foi avisando que não poderia ficar.

Por sorte, os dois não-debatedores estavam em forma.


Foram fundo em episódios como a “visita” obrigatória que fizeram - encapuzados - à Oban, o


centro de tortura da ditadura.


“Dentro do capuz, pensei: que idiota sou. Podia estar dando aulas lá fora”, recordou FHC.


Chico deixou o rigor analítico em casa e fez todo mundo rir com tiradas do tipo “mais


conservador do que Tancredo nem a Nossa Senhora de Guadalupe”.

Curiosidades da noite: a questão da luta armada os aproximou e o pacificador Ulysses Guimarães


os desuniu. “Eu era mais covarde”, arriscou Chico sobre confrontar o regime.


“Não, você tinha mais antevisão”, ponderou o ex-presidente. E Ulysses, destratado por Chico -


“todos dormiam quando ele discursava” - foi resgatado por FHC: “Ele era homem de coragem.


Chamou os militares de patetas. Hoje se pode chamar qualquer um de pateta e tudo bem.”


(Gabriel Manzano Filho)


26.11.09A noite do debate que não houve por diretodafonte

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