segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O 'PRÍNCIPE' DA ERVA



Em meados da década de 1970, nas noites de sábado garotos da minha idade costumavam sair por São Paulo em busca de festas. Em uma dessas noites, eu e meu grupo fomos percorrendo os bairros nobres da cidade em busca das melhores, das festas dos ricos, em busca das “gatas” mais bonitas.
Muitas vezes entrávamos como penetras. Aliás, na maioria das vezes. E, naquele sábado, não foi diferente. Acabamos lá perto da Praça Panamericana, numa rua arborizada, diante de uma mansão em que jovens entravam e saíam livremente. Não havia maior preocupação com segurança. Era só chegar e entrar. Eram outros tempos...
Passando o portão alto, adentramos um gramado bem cuidado, com canteiros de flores e árvores, onde grupos de rapazes e moças ou só de rapazes ou só de moças bebiam, conversavam, fumavam muita maconha e davam aquela cafungadinha num pozinho branco que dispensa apresentações.
Havia, também, um grupo bastante distinto, de meia idade, formado só por homens e uma única garota de, mais ou menos, uns dezoito anos. Ela parecia bastante embriagada e os senhores quarentões não perdiam a chance de “apará-la” quando, brincando, simulava que ia cair. E a droga rolava solta ali no meio.
Quem diria que aquele quarentão bem apessoado, de cabelos algo longos, bem
trajado, que fumava maconha como uma chaminé e não conseguia manter as
mãos longe da garota embriagada, um dia viria a se tornar o “príncipe da
sociologia” brasileira e, depois, presidente da República por um partido que tem o
tucano como símbolo.



Obviamente que o que você leu acima deve ser uma ficção, coisas de alguma mente delirante, ou seja, da minha mente, num sonho que tive quando jovem, nada que você, leitor, deva levar muito a sério, até porque não haveria como comprovar tal história.
Mas escrevi isso aí em cima para perguntar que jornal poderia publicar o relato. Afinal, que credibilidade o tal Cesar Benjamin, que acusou Lula de tentativa de estupro, tem mais do que eu? Por que a Folha não publica meu relato sem que eu, como Benjamin, ofereça qualquer prova de que é verdadeiro?
Isso se chama escolha política de “notícias”.
Apesar de que, na verdade, não há notícia nenhuma. Até que eu prove que digo a verdade, não passa de uma mentira e eu poderia ser processado por ela, a menos que, depois de mentir, eu dissesse o que fiz no mesmo texto, como de fato ocorreu.
Só que, para acusar aqueles dos quais não gosta, a Folha não é tão criteriosa. Nem, muito menos, o resto da imprensa, que está repercutindo, aqui e ali, a acusação a Lula. Sem alarde. Os leitores de Folhas, Estados e Globos sairão por aí contando que Lula é estuprador, gay, pedófilo.
Basta ler as cartas de leitores da Folha no sábado e no domingo, ou a coluna de Eliane Cantanhêde, ou a de Dora Kramer, ou a de Augusto Nunes, ou a de Ricardo Noblat, ou a de Reinaldo Azevedo, que, entre tantos outros, já tratam Lula como culpado da acusação de tentativa de estupro.
Planta-se a semente. Essas pessoas que vocês leram nos comentários dos posts anteriores condenando Lula pela acusação de Cesar Benjamin, nesta segunda-feira já estarão em seus trabalhos contando que o presidente da República, além de tudo, é um maníaco sexual.
O que fazer contra essa indignidade?
A – Escrever cartas de reclamação aos jornais que deram asas à história
B – Reclamar com o Bispo
C – Deixar de comprar os exemplares desses jornais e revistas, os quais o
governador José Serra arrematará depois usando o dinheiro dos paulistas
D – Confiar na sorte, ou seja, em que o povo não acredita em nada que digam
contra Lula
E – Ir para diante desse jornal safado que publicou acusação fantasiosa como a
que escrevi lá em cima, só que contra Lula, e dizer, ao megafone, tudo que
pensamos
Faça a sua escolha, leitor.

Atualizado às 23h24m de 29 de novembro de 2009

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