sexta-feira, 27 de novembro de 2009

EMPREITEIRA PAGOU 'MESADA' PARA POLÍTICOS , APONTA PF


A Polícia Federal (PF) concluiu a Operação Castelo de Areia - investigação sobre evasão de


divisas e lavagem de dinheiro envolvendo executivos da Construtora Camargo Corrêa - e anexou


ao relatório documento que pode indicar suposto esquema de pagamentos mensais a


parlamentares e administradores públicos e doações "por fora" para partidos políticos.


O dossiê é formado por 54 planilhas que sugerem provável contabilidade paralela da empreiteira.


Elas registram dados sobre 208 obras e contratos da Camargo Corrêa entre 1995 e 1998,


espalhados por quase todo o País e também no exterior - Bolívia e Peru.

Os repasses teriam ocorrido naquele período em favor de deputados federais, senadores,


prefeitos e servidores municipais e estaduais.


Em quatro anos a empreiteira desembolsou R$ 178,16 milhões.


Em 1995, segundo os registros, ela pagou R$ 17,3 milhões.


Em 1996, R$ 50,54 milhões. Em 1997, R$ 41,13 milhões.


No ano de 1998, R$ 69,14 milhões.


O que reforça a suspeita de caixa 2 é o fato de que os números alinhados aos nomes dos supostos

beneficiários estão grafados em dólares, com a taxa do dia e a conversão para reais.

O Ministério Público Federal (MPF) poderá requisitar à Justiça o envio à Procuradoria-Geral da


República dos dados referentes a autoridades que detêm prerrogativa de foro perante o


Supremo Tribunal Federal (STF). Outra medida será a abertura de vários inquéritos para


investigar as obras.


Planilhas


Na página 54, há quatro lançamentos em nome do deputado Walter Feldman (PSDB-SP). Cada


registro tem o valor de US$ 5 mil, somando US$ 20 mil entre 13 de janeiro e 14 de abril de 1998.


À página 21, outros 12 lançamentos associados ao nome Feldman, entre 26 de janeiro e 23 de


dezembro de 1996 - US$ 5 mil por mês. O deputado indignou-se com a citação a seu nome.

Em outro arquivo, página 18, valores ao lado da expressão "Palácio Band" - 4 anotações, entre 8


de fevereiro e 30 de setembro de 1996, somando US$ 45 mil, ou R$ 46.165. Na última planilha,


página 54, na coluna "Diversos" constam nove registros, um assim descrito: "14 de setembro de


1998, campanha política, Aloísio Nunes, US$ 15.780." Em 10 de novembro de 1995 o então


senador Gilberto Miranda teria recebido US$ 50 mil.

A planilha "CPA", página 14, revela quatro pagamentos em 1996, todos supostamente destinados


a partidos, denominados "clientes".


Os destaques são de
21 de março, US$ 20 mil para "líder do PMDB, Milton Monti";


19 de julho, US$ 200 mil para PMDB-PFL;


24 de julho, US$ 200 mil para PSDB-SP;


13 de setembro, US$ 270 mil para PSDB/PMDB/PFL(DEM)/PPB.


Em 1998, mostra outra planilha "CPA", foram pagos US$ 1,52 milhão em 10
parcelas a PSDB, PFL, PMDB, PPB e PTB.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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