quarta-feira, 25 de novembro de 2009

BATTISTI ENCERRA GREVE DE FOME


O ex-ativista italiano Cesare Battisti encerrou no fim da tarde desta segunda-feira sua greve de
fome, que completava hoje dez dias.

Segundo o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que visitou o italiano na penitenciária da Papuda,

em Brasília, Battisti interrompeu o protesto contra sua possível extradição "em confiança ao

presidente Lula", que dará a palavra final sobre o caso.


Battisti, ex-ativista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), foi condenado à prisão

perpétua na Itália em 1983 por supostamente ter coordenado o assassinato de quatro pessoas

entre 1977 e 1979. Ele foi preso em março de 2007 no Rio de Janeiro e o governo italiano pediu

sua extradição em maio do mesmo ano.

Sob o argumento de "fundado temor de perseguição", o ministro da Justiça, Tarso Genro,

concedeu status de refugiado político ao italiano em janeiro, contrariando parecer do Comitê

Nacional para os Refugiados (Conare).

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição de Battisti por maioria, mas deixou a

palavra final para o presidente Lula.


Suplicy disse que Battisti comeu apenas uma pera, devido ao longo período sem alimentação.

O senador e o advogado do ex-ativista já haviam pedido para que Cesare Battisti encerrasse a

greve de fome. "Tínhamos pedido a ele para encerrar a greve de fome.

Em um gesto de confiança ao presidente da República, e para deixar o presidente tranquilo, ele

resolveu interromper", disse Suplicy, que levou uma carta da escritora francesa Fred Vargas

para Battisti.

Na última sexta-feira, Lula afirmou que a greve de fome era um ato de "desespero ou

ignorância".


Apesar da greve de fome, um boletim informou nesta tarde que Battisti está com os sinais vitais

normais.

O médico José Souza Flávio, que assina o documento, não autorizou que o ex-ativista fosse para

o Rio de Janeiro participar de uma audiência judicial, por causa de seu estado frágil.

Battisti responde a um processo por falsidade ideológica.


Na prática, o processo no Rio de Janeiro pode atrasar o processo de extradição. A legislação

brasileira proíbe a extradição de pessoas que respondam a processos no País.

Battisti é acusado de ter entrado no Brasil com documentos falsos.



Battisti encerra greve de fome após 10 dias, diz Suplicy
23 de novembro de 2009 • 21h07 • atualizado às 23h56
Fernando Diniz

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