terça-feira, 17 de novembro de 2009

INSTANTES

Nadine Stair


Se eu pudesse viver novamente a minha vida,

na próxima, trataria de cometer mais erros.


Não tentaria ser tão perfeito,
ia me descuidar mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido.

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Lavaria menos as mãos
correria mais riscos,
viajaria mais
e ia contemplar o entardecer
como nunca contemplei,
subiria as montanhas
nadaria mais nos rios

Iria a lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvete e menos gorduras.

Teria mais problemas reais
e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas
que viveu sensatamente
cada minuto de minha vida sua vida:

claro que tive momentos de alegria.


Mas se pudesse voltar atrás
trataria de ter apenas bons momentos.

pois se vocês não sabem, é disso
que a vida é feita: de instantes;
não se perca agora.

Eu era um desses
que nunca ia à parte alguma sem
um termômetro,
uma bolsa de água ,

um guarda chuva e um pára-quedas:

Se pudesse voltar a viver
começaria a andar descalço
no inicio da primavera
e seguiria descalço até o
outono acabar.

Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria mais com as crianças,

se tivesse outra vez a vida
pela frente.
Mas, vejam bem : tenho 85 anos

e sei que estou morrendo".


O poema acima correu o mundo e está na internet, como se fosse de Jorge Luis Borges, o grande escritor argentino. Borges já não está mais entre nós para negar ou confirmar uma paternidade muito festejada. Sua viúva, Maria Kodama, é radical, como conta o jornal argentino "La Nacion":
"Se Borges tivesse escrito isso, deixaria de estar apaixonada por ele neste momento".
Este jornal garante que este poema é de autoria de uma escritora norte americana desconhecida, chamada Nadine Stair, e foi publicado pela primeira vez em Genebra (cidade onde Borges morreu) em 1978.


Nenhum comentário:

Postar um comentário